Após alta em 2018, vendas deste ano ficam no zero a zero e interrompem trajetória de retomada. Desemprego e renda achatada do brasileiro são responsáveis por resultado modesto
A conjuntura econômica atual, que inibe a melhora da confiança do consumidor e vem provocando uma reversão nas expectativas de saída da crise, tem freado uma retomada mais consistente do comércio. O volume de vendas a prazo na semana que antecedeu o Dia dos Namorados (entre 06 e 12 de junho de 2019) não cresceu, registrando uma pequena variação negativa de 0,04% na comparação com o mesmo período de 2018. Este ano, mais da metade (59%) dos consumidores planejavam pagar os presentes à vista e 39% tinham intenção de parcelar as compras.
Em 2018, houve um crescimento de 3,08% após um ano de forte queda em 2017, que chegou a -7,83%. Em anos anteriores, as variações foram de 3,62% (2016), -0,72% (2015), -5,85% (2014), 6,77% (2013), 3,83% (2012) e -7,69% (211). Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o desaquecimento das vendas continua refletindo o cenário de dificuldades em voltar ao patamar de crescimento anterior à recessão econômica. “Com o mercado de trabalho enfraquecido e a renda comprimida, observa-se um comportamento de compras mais cauteloso por parte do brasileiro. Nem mesmo o apelo comercial das datas comemorativas, que tradicionalmente impulsiona o varejo, está sendo suficiente para despertar o apetite de consumo das famílias”, destaca Pellizzaro Junior.
Metodologia
O Indicador de Vendas a prazo em datas comemorativas é construído a partir das consultas de CPFs feitas nas bases de dados a que o SPC Brasil tem acesso. As consultas de CPF indicam a intenção de compra a prazo do consumidor e podem resultar, ou não, na efetivação da venda. Para a construção do Indicador, considera-se apenas as consultas feitas pelo setor de Comércio Varejista nos sete dias anteriores ao Dia dos Namorados.