Cerca de 55 milhões de brasileiros não possuem nem poupança nem conta corrente, mostra pesquisa do Instituto Data Popular que será apresentada nesta quarta-feira, 8 de maio, no Congresso Consumidor Moderno de Crédito, Cobrança e Meios de Pagamento, em São Paulo.O número corresponde a 39,5% da população brasileira com 18 anos ou mais.
Segundo a pesquisa, estes 55 milhões de brasileiros sem conta em banco movimentam cerca de R$ 665 bilhões por ano.
“O que surpreende é que por mais que o processo de bancarização tenha crescido, quase 40% da população ainda não possui conta corrente ou poupança, e esse número é ainda maior nas classes mais baixas”, diz Renato Meirelles, sócio diretor do Instituto Data Popular.
De acordo com o levantamento, do total de adultos não-bancarizados 11% são de classe alta (cerca de 6 milhões de pessoas), 52% de classe média (29 milhões de pessoas) e 37% de classe baixa (20 milhões de pessoas).
O Instituto lista três razões principais para a não bancarização: a dificuldade de acesso à rede bancária, principalmente para aquelas pessoas que vivem em cidades do interior, com pouca oferta de agências; pessoas que já tiveram contas bancárias, mas que devido a problemas financeiros ficaram endividadas e inadimplentes; e brasileiros que optaram por não ter relacionamento com os bancos, por enxergar neles instituições “exploradoras”.
Norte e Nordeste são as regiões com as maiores proporções de pessoas não bancarizadas. No Nordeste, o percentual de não bancarizados chega a 53% e no Norte é de 50%. No Centro Oeste, 31% dos adultos não possuem conta em banco. No Sudeste e no Sul, o percentual é, respectivamente % e 30%. Segundo o Data Popular, a maior parte dos não bancarizados é do sexo feminino e com faixa etária entre 25 e 59 anos. A pesquisa foi realizada em âmbito nacional e foram ouvidos 2006 brasileiros em 53 cidades, entre os meses de fevereiro e março de 2013.
A pesquisa mostra também que 62% dos trabalhadores empregados possuem cartão de crédito. Entre os desempregados, o percentual é de 40%. Segundo Meirelles, boa parte desses desempregados que possuem cartão de crédito é formada por trabalhadores que em passado recente estavam empregados e conseguiam comprovar renda para obtenção de crédito. Também há casos de instituições que utilizam a movimentação bancária como comprovação de renda.
Segundo o estudo, o hábito de parcelar compras é maior entre as pessoas empregadas em comparação com as desempregadas. Enquanto 65% dos trabalhadores afirmam utilizar linhas de financiamento para suas compras sempre que podem, o percentual entre os brasileiros sem trabalho é de 47%.
Fonte: Portal G1