A taxa de inadimplência do comércio varejista avançou 5,8% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, informou nesta quinta-feira, 9 de maio, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). No acumulado de janeiro a abril, a alta foi maior: de 8,7%.

“Os números de abril mostram um ritmo mais brando de expansão da inadimplência após o pico registrado no mês de março, quando a taxa havia ficado em +10,58%. É o menor crescimento apresentado nos últimos sete meses”, informaram o SPC Brasil e a CNDL.

Na avaliação da economista do SPC Brasil, Ana Paula Bastos, o crescimento mais ameno dos calotes em abril confirma as expectativas da entidade por conta, principalmente, do efeito calendário. “Após o primeiro trimestre do ano, que concentra um grande volume de gastos com impostos e parcelas remanescentes das compras do final de ano, o consumidor tende a retomar o controle das finanças pessoais”, informou ela.

Consultas e cancelamentos de registros
A CNDL e o SPC Brasil disseram ainda que o número de consultas para compras a prazo e para pagamentos com cheques (indicador relacionado com o volume de vendas) subiu 7,3% em abril, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, avançou 8,5%.

“São índices positivos. Ainda há espaço no segundo semestre para um crescimento de vendas baseado no crédito. Estamos prevendo uma expansão de vendas da ordem de 6% para 2013, descolado do PIB. Vamos ter ainda no varejo a principal força de crescimento do PIB brasileiro”, avaliou o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro.

No caso do cancelamento de registros de inadimplência, a CNDL e o SPC Brasil informaram que houve um crescimento de 6,9% em abril de 2013, na comparação com o segundo mês do ano passado, ao mesmo tempo em que cresceu 7,3% na parcial deste ano.

Cuidados para evitar a inadimplência
A CNDL e o SPC Brasil divulgaram uma série de recomendações para que os consumidores não fiquem inadimplentes em suas compras. Segundo as entidades, as pessoas devem privilegiar pagamentos à vista; devem fazer planejamento financeiro com uma planilha mensal de gastos, além de preferir um número menor de prestações nas compras a prazo.

Os clientes também devem somar os juros e calcular o preço final dos produtos comprados a prazo (para ter uma ideia do valor pago em juros); não devem se ater ao valor da prestação e sim ao preço final da mercadoria, e manter uma “reserva financeira” por segurança. Outra recomendação é que os consumidores não comprometam toda sua renda com compras.

Metodologia
A CNDL lembra que sua base de dados incorpora os grandes e pequenos varejistas, mas não inclui as operações com cartões de crédito,e consideram as operações com atraso superior a 30 dias. As transações com cartões de crédito absorvem cerca de 20% do volume total de operações, segundo estimativas da entidade. Os dados da CNDL envolvem, porém, a consulta em mais de 150 milhões de cadastros de pessoa física (CPF) de consumidores em 800 mil pontos de vendas credenciados.

Fonte: Portal G1

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