Alugueis das lojas serão postergados para depois da paralisação
A crise do coronavírus vai afetar todos os comerciantes, mas há um grupo que está particularmente apreensivo: o varejo que atua em shoppings centers. Nos últimos dias, estados brasileiros passaram a adotar ações de fechamentos desses centros comerciais e os varejistas desse setor começaram a ser preocupar com prejuízos que vão além das vendas. O que ocorre é que esse tipo de comércio tem custos que outros lojistas não têm, como despesas de aluguel, condomínio e fundo de promoções, muitas vezes com reajuste anuais independentemente do aumento das vendas.
Hoje, ao menos 18 estados mantêm seus shoppings fechados. São eles São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Goiás, Piauí, Espírito Santo, Paraná, Minas Gerais, Amapá, Amazonas, Paraíba, Ceará, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. No início da semana, todos os estabelecimentos do Brasil pararam de funcionar.
Nos últimos dias, as duas maiores representantes do setor, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), se manifestaram conjuntamente para tranquilizar os lojistas.
Conforme as notas divulgadas pelas entidades, a cobrança do condomínio, bem como o fundo de promoção serão flexibilizados ou mesmo reduzidas. O documento chegou a divulgar que haveria isenção de cobrança de aluguel enquanto os estabelecimentos estiverem fechados. No entanto, houve consenso das duas partes de que o relacionamento entre os lojistas e os donos de shoppings é regido por um contrato e que não haveria tempo hábil para o ajuste de cláusulas nesse momento.
“Houve uma discrepância no termo usado entre as duas organizações em relação a “suspensão” e “isenção”, agora estamos devidamente esclarecidos”, diz Nabil Sahyoun, presidente da ALSHOP.
Segundo o presidente da Abrasce, Glauco Humai a recomendação para as redes de shoppings é que o aluguel seja postergado nesse período de crise provocada pela pandemia global do coronavírus. “O pagamento do aluguel do shopping relativo ao mês de março, por exemplo, não será feito agora, mas posteriormente e de maneira negociada”, explica.
Segundo Glauco essa cobrança poderá ser feita nos próximos 60, 90 dias. “Faremos no prazo que for necessário para que haja um momento de tranquilidade para o lojista”, disse. O dirigente lembra, no entanto, que cada shopping cobrará como achar melhor. “Eles poderão fazer a cobrança como desconto, parcelamento, enfim, será discutido caso a caso”.
“Essas medidas se unem a outras que já obtivemos em acordo com o poder público como as linhas de crédito reduzidas e redução de impostos”, explica Nabil Sahyoun, presidente da ALSHOP.
Galuco Humai enfatiza que as ações conjuntas das entidades somam milhões de reais e que esse é um esforço coletivo. “Essa é uma forma de ajudar os lojistas neste momento de crise”, diz. “Tiramos algumas obrigações do empresário para que possamos passar por esse período juntos e vivos, porque, quando o Covid-19 passar, será importante estarmos serenos e unidos, garantindo empresas vivas, sólidas e gerando emprego e renda”, conclui.