O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas (FGV) interrompeu uma sequência de seis quedas seguidas ao manter-se estável em 113,9 pontos em abril, mas permaneceu no menor nível desde março de 2010 (111,6 pontos), informou a FGV nesta quarta-feira, 24 de abril. Em março, o índice havia recuado 2% na comparação com fevereiro.
De acordo com a FGV, a piora nas avaliações sobre o presente foi compensada por uma melhora das expectativas em relação aos meses seguintes.O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 2,3%, passando de 124,5 pontos em março para 121,6 pontos em abril. Já o Índice de Expectativas avançou 1,5%, de 108,0 para 109,6 pontos no período.
“A combinação de resultados mostra que o consumidor está insatisfeito com a situação geral da economia e incerto em relação às perspectivas de melhora ao longo dos próximos meses”, avaliou a FGV.
O indicador de satisfação com a situação econômica local recuou 6,7% em abril, ao passar de 90,8 para 84,7 pontos, o menor nível desde setembro de 2009 (81,0).
A proporção de consumidores avaliando a situação como boa diminuiu de 19,9 para 17,4 por cento, enquanto a dos que a consideram ruim aumentou de 29,1 para 32,7%.
Em relação aos próximos meses, os consumidores tornaram-se um pouco mais otimistas, mas não o suficiente para influenciar uma alta nas compras de bens duráveis.
A parcela de consumidores projetando melhora da situação financeira das famílias aumentou de 39 para 41,3%, enquanto a dos que preveem piora diminuiu de 5,1% para 4,3%.
A inflação em alta já chegou a afetar as vendas no varejo brasileiro, que em fevereiro caíram 0,4% ante janeiro e 0,2% sobre o mesmo mês do ano passado, abaladas pela demanda menor diante dos preços em alta.
Como o consumo das famílias vinha evitando uma performance ainda pior da economia brasileira, esse resultado acendeu um alerta sobre a frágil recuperação da atividade econômica.
Em abril, a inflação brasileira acelerou o ritmo, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subindo 0,51% e batendo no teto da meta do governo em 12 meses.
Fonte: Fundação Getúlio Vargas